É um ótimo exercício analisarmos uma harmonia sem saber qual é a música. E precisa? Acho que não, basta ficar de olho nos acontecimentos!
O primeiro passo é procurar saber o tom da música e já se situar no campo harmônico. É preciso ter todos os campos harmônicos na cabeça, mas se não tem, escreva as funções e os acordes para servir de orientação. Se você sabe que a música está no tom de RE MAIOR, então:
Veja a harmonia da música abaixo:
Veja a harmonia da música abaixo:
Você viu que a música está no tom de RE MAIOR, conhece o campo harmônico, então, já podemos fazer a análise harmônica:
Entendendo a análise harmônica. O primeiro acorde é um grau I, ou I7M. O segundo acorde é exatamente um grau V7, mas com duas notas acrescentadas, uma 4 e uma 9, sem problemas, podemos acrescentar tensão(9 11, 13)em qualquer acorde do tipo V7. Mas, o importante é saber que esse acorde é a dominante primária do tom em análise. E essa dominante buscou sua resolução no grau I7M.
O movimento se repetiu do compasso 4 para o 5, mas ainda no compasso 5 apareceu um acorde B7/D#. A dominante primária desse tom é A7, então, esse cara aí é dominante, mas não primária, mas pode ser uma dominante secundária. Pra ser, precisa o que? Precisa resolver em um acorde do campo harmônico. Já sabemos que todo acorde do campo harmônico tem sua dominante secundária. O que esse B7/D# tem que fazer pra provar que é uma dominante secundária? Tem que buscar a resolução a uma quarta justa(2 tons e meio). E ele , de fato, buscou, ele foi para um Em, então, da nota si até a nota mi, tem mesmo 2 tons e meio, o cara(B7/D#) é uma dominante secundária! Claro que ele poderia ter ido para Em7 também.
No compasso 6, existe uma acorde de C#m7(b5), se esse tipo de acorde procura um acorde do tipo V7(localizado a quarta justa) está se formando um segundo cadencial. De fato, ele buscou um F#7(b9), entre C# e F# é mesmo uma quarta justa(2 tons e meio), resta ver se o F#7 vai buscar a resolução a uma quarta justa, buscou sim, indo para Bm7. Mas Bm7 formou outro segundo cadencial com E7(4ª justa), resta ver se E7 é outra dominante secundária e vai buscar seu acorde do campo harmônico(E7 é dominante de A7) , e, de fato, buscou A7(4/9). E finalmente A7 que é a única dominante primária do tom, resolve no D7M(grau I).
Análise harmônica é muito importante para entender a música. É como estar em uma via aérea, estradas que existem no céu e que os aviões seguem, mas quando a gente olha pra baixo e vê os rios, as ilhas, estradas, pontes, é que a gente entende onde está!!! Prefiro música, que não cai!
Ah! Já ia me esquecendo, essa música é a “Vitoriosa”, de Ivan Lins e Vitor Martins.
Ivan Siqueira